Sérgio Humberto, um político de carreira

Sem surpresa, Sérgio Humberto faltou à sua palavra e decidiu abandonar o mandato de presidente da CM da Trofa, a um ano e meio do fim.

Ao fazê-lo, deixou claro aquilo que muitos já sabiam: que o autarca demissionário é um político de carreira como tantos outros. E que o seu amor incondicional ao concelho, assim como os dois pés, a cabeça e o corpo inteiro que ainda há poucos meses alegava ter na Trofa, tinham um preço. E esse preço são os 5 dígitos do salário de eurodeputado.

Há quem agora se sinta enganado. Não é o meu caso. Nunca esperei muito da palavra de alguém que, em 2013 e 2014, usou o dinheiro dos nossos impostos para recompensar, com ajustes directos, pessoas que trabalharam na sua primeira campanha. Quem não tem vergonha de usar os recursos de todos os trofenses em benefício próprio, também não a terá para dar o dito por não dito sobre o seu compromisso com a governação do nosso concelho.

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Sobre o ataque em curso contra o presidente da JF de Bougado, Luís Paulo

Está a ser interessante, assistir ao cerco que a cúpula do PSD Trofa está a fazer ao presidente da junta de Bougado.

Em pouco tempo, passou de autarca modelo para alvo de ataques pessoais, chacota e da habitual verborreia que os donos disto tudo encomendam aos papagaios de serviço, sempre que se sentem incomodados por quem não lhes obedece caninamente.

Só lhes falta dizer que Luís Paulo tem inveja de Sérgio Humberto. Porque, de facto, entre um professor de educação física que usou dinheiro dos contribuintes para ascender, e um empresário discreto e eficaz que não precisa do salário que ganha na junta, o invejoso só pode ser o segundo.

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Fixar os jovens trofenses: o verdadeiro desafio para que o futuro passe por aqui

Na passada semana recebi uma notícia que me deixou triste. Um casal amigo, nascido e criado na Trofa, aproveitou a loucura que tomou conta do sector imobiliário, vendeu o apartamento por um valor muito acima daquele que pagou por ele há mais de 10 anos e comprou uma casa no concelho da Famalicão.

Não que Famalicão fique na China, e eu nunca mais volte a vê-los, mas custa-me ver este êxodo interminável de jovens e menos jovens, que trocam a Trofa por outras paragens com mais para lhes oferecer.

Do grupo de amigos com quem cresci, a maioria deixou a Trofa nos últimos anos. Uns para o Porto, outros para Braga, muitos para Famalicão, alguns para fora do país. As motivações são muitas, mas destacam-se a baixa oferta de empregos qualificados no concelho, os preços proibitivos das casas e o elevado custo de vida que contrasta com o marasmo cultural.

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Guerra Civil no PSD Trofa?

O clima de aparente guerra civil no PSD Trofa não começou ontem. E nem sequer é preciso ter espiões no interior do partido para perceber que o verniz estalou há muito e que os tempos de unidade entre os Unidos da Trofa já não são o que foram.

Claro que isto é apenas a minha interpretação dos factos públicos que vou presenciando. Corro, naturalmente, o risco de estar enganado. Como correm todos os que arriscam dar a sua opinião sobre o instável fenómeno político.

Mas é um risco que estou disponível a correr: a razão por trás deste estado de sítio em que se encontra o partido dominante na Trofa resulta da cada vez mais próxima sucessão de Sérgio Humberto.

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O despesismo passa por aqui

Já passaram alguns meses, e temas mais importantes foram surgindo, mas hoje regresso a um caso que marcou Agosto e aos pontos em comum de dois autarcas de gerações diferentes: Sérgio Humberto e Isaltino Morais.

É evidente que são dois perfis com várias e óbvias diferenças. Sérgio Humberto ainda não chegou a ministro, deu aulas no 3º ciclo, não na universidade, e nunca esteve preso.

Mas, convenhamos, Isaltino Morais tem 73 anos. E Sérgio Humberto tem toda uma carreira pela frente.

Há até quem acredite que nos deixará antes do final do presente mandato, como deram a entender as declarações do presidente da junta de Guidões e Alvarelhos, Lino Maia, na última sessão da Assembleia Municipal.

Mas o que têm em comum, afinal, estes dois autarcas?

Várias coisas.

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A cratera no estacionamento do Aquaplace

Temos que falar sobre esta cratera, Câmara Municipal da Trofa. Isto está assim desde que o Aquaplace existe, a malta dá cabo do carro naquela porcaria todos os dias e não há meio de ver isto arranjado.

Bem sei que não é coisa que dê grande inauguração. Mas neste país cortam-se fitas por tudo e por nada e ninguém ia estranhar. Não se arranja um amigo por ajuste directo para consertar isto?

Pronto, Câmara, era isto. Se vires que não te causa incómodo, aproveita para colocar um piso decente nos andares de baixo do estacionamento do Aquaplace. A ver se o futuro passa por ali.

O São Gonçalo não se explica

O São Gonçalo de Covelas é uma daquelas coisas que não se explica. Porque se o tentamos explicar a quem nunca lá foi, corremos o risco de dar a entender que se trata de uma romaria como as outras.

Só que não.

O São Gonçalo é mais que uma romaria.

É uma multidão heterogénea de milhares.

É a montanha ocupada por peregrinos, caminhantes, corredores, cavalos, charretes, motas e jipes.

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Trofa, capital da Propaganda

Um dos embustes mais delirantes que a propaganda dedicada a glorificar Sérgio Humberto nos tentou impor este ano foi a ideia da Trofa como capital do Norte. A fazer lembrar o SNS ou a escola pública que António Costa nos tenta vender nas suas entrevistas.

Para a claque partidária, contestar esta fantasia equivale a não gostar da Trofa. Como se o nosso amor à terra estivesse vinculado aos delírios políticos do gabinete de comunicação do autarca.

No fundo, é mais ou menos a mesma retórica usada pela extrema-direita: ou estás connosco em tudo e sem questionar, e és virtuoso, ou estás contra nós e não és um trofense de bem.

Esta retórica de infantilização, contudo, funciona com muita gente. Não me refiro a todo o universo de 11.898 eleitores que votaram na coligação em 2021, até porque muitos deles o fizeram por falta de alternativa ou de uma proposta sólida na oposição, mas muitos acreditam e comungam destes delírios que servem um propósito único: promover a imagem de um político.

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O fim da era Sérgio Humberto?

Entrevistado em Novembro pelo JN, Sérgio Humberto foi questionado sobre se pondera abandonar o cargo de presidente da câmara e “trocar a Trofa por Lisboa”.

A resposta do autarca, apesar de alguma ambiguidade, pareceu-me esclarecedora:

“Neste momento, não me passa pela cabeça absolutamente nada. Estou focado no meu trabalho e nas pessoas que reconheceram de forma inequívoca o trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos 10 anos. E estou focado, enquanto presidente da distrital do Porto, em conquistar o maior número de câmaras, juntas de freguesia e de membros nas assembleias municipais do distrito. Tenho ambições de trabalhar pela Trofa e pelos portugueses. Estou altamente focado, mas não deixo de dizer que, se for chamado para outro tipo de funções, tenho de avaliar. Se estou a pensar nisso antecipadamente? Não.”

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Para quando a iluminação de Natal?

Tem sido tradição, julgo até que anterior ao executivo Sérgio Humberto, acender as luzes de Natal no dia do aniversário do concelho.

Contudo, na celebração dos 25 anos do concelho, a tradição foi quebrada. Aliás, à data em que escrevo estas palavras, 28 de Novembro de 2023, ainda não se vislumbra qualquer iluminação nas ruas da Trofa.

Tal decorre, julgo eu, do estranho caso do concurso público para o efeito, sobre o qual escrevi no último artigo que publiquei neste jornal.

O concurso foi lançado no final do dia 4 de Outubro, véspera de feriado, a acabou manchado pela polémica mal explicada de ter uma empresa no terreno a dia 6, já com todo o material conforme o caderno de encargos, quando o concurso não estava ainda fechado.

Agora, graças a este episódio caricato e a tresandar a esturro, corremos o risco de não ter iluminação do Natal.

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