A insustentável negação socialista

Pizarro

Foto@O Notícias da Trofa

No final de Abril, e em linha com um conjunto de actividades que tem vindo a desenvolver, a JS Trofa convidou o dirigente socialista Manuel Pizarro para dar a sua visão pessoal e do partido do qual é Secretário Nacional sobre a actual situação do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Uma iniciativa interessante que só pecou pela apresentação de uma visão parcial do problema que hoje atinge o SNS e que, ao contrário daquilo que os socialistas tentam difundir, resulta de uma culpa partilhada entre eles e os seus pares sociais-democratas. E Manuel Pizarro, antigo secretário de Estado da Saúde, tem responsabilidades acrescidas no problema.

Foi particularmente interessante ver Manuel Pizarro falar sobre a incapacidade do centro de saúde do concelho para dar resposta às necessidades dos trofenses quando durante os 6 anos do governo do qual fez parte não mexeu uma palha que fosse para alterar essa situação. É verdade: as instalações do actual centro de saúde são insuficientes e inadequadas e, guess what, o PS esteve no poder a acabar com finanças públicas do país e nem por isso conseguiu mandar para cá uns milhões para resolver o problema, mesmo quando governo e a autarquia eram da mesma cor. Honra seja feita ao actual executivo que conseguiu finalmente desbloquear o processo e que criou condições para um avanço significativo na qualidade de vida dos trofenses.

Apesar de tudo, partilho da opinião do dirigente socialista quando este refere que o actual governo tem feito um óptimo trabalho a destruir o SNS. De resto dando continuidade ao trabalho anteriormente desenvolvido pelo PS. Casos recentes como o aumento de mortes nos hospitais, a falta de médicos de família ou as intermináveis listas de espera nos hospitais públicos contrastam com algum compadrio denunciado no que ao sector privado da saúde diz respeito. Mas falar de centralismo quando o governo do qual fez parte foi tão ou mais centralista que o actual chega a ser irónico. Pizarro devia ser mais honesto e recordar os socialistas que a machadada final na economia portuguesa foi dada por eles e se hoje falta dinheiro no SNS, apesar da história mal contada desta crise, a culpa também é do Partido Socialista.

O branqueamento do passado recente socialista levado a cabo pelos próprios socialistas que (des)governaram o barco chega a ser insultuoso. Compreendo que estejamos em período de pré-campanha mas tal não justifica a falta de decoro com que se insurgem contra a situação actual do país como se não fosse nada com eles. Talvez seja esta incapacidade de reconhecer o erro que os levará a ter o mesmo destino que o PASOK teve na Grécia, sendo remetidos para uns insignificantes 5% do eleitorado. Talvez aí tenham a humildade de olhar para dentro e reconstruir um partido que já foi um baluarte da democracia e que hoje não passa de uma falsa alternativa que pouco ou nada mudará no rumo actual do país.

A arte de estar onde não se está

JS Trofa

“Roubei” esta foto de uma publicação na página da JS Trofa que é deveras engraçada. Uma foto que encontrei na página de Facebook do edil, com uma ligeira alteração que não muda em nada a origem da crítica socialista. Um daqueles momentos em que a propaganda parece ter falado mais alto do que o bom senso.

Na sua página de Facebook, por ocasião do concerto dos Meninos Cantores num evento solidário que reverteu a favor da APPACDM e que se realizou na passada Sexta-feira, dia 17 de Abril, no auditório dos Bombeiros Voluntários da Trofa,  o presidente da câmara fez um apelo aos trofenses: “Juntem-se a nós”. Lendo tal publicação, é natural assumir que Sérgio Humberto estaria presente no certame. Até porque, se a ideia era apoiar a iniciativa apesar da impossibilidade de estar presente, nada de errado haveria em convidar os trofenses para se associarem a esta causa.

O problema é que, segundo a JS Trofa, nem Sérgio Humberto, nem qualquer outro membro do executivo camarário afecto à coligação Unidos pela Trofa esteve no local. Estranho. Será que Sérgio Humberto domina a arte estar onde não se está ou terão os jovens socialistas feito de conta que não o viram?

Episódio II – O Ataque dos Clones

(texto originalmente publicado a 22 de Maio de 2013 no Facebook)

No segundo episódio da saga Star Wars, a República está ameaçada por uma divisão subversivamente instigada pelos Siths e liderada pelo Conde Dooku. À beira de uma guerra civil, Obi-Wan Kenobi acaba por descobrir um exército de clones, encomendado pela República, para conter a ameaça liderada pelos separatistas que estavam também a formar o seu exército de droids. No sistema “galáctico” da Trofa, clones, droids e subversão são algo de recorrente. No entanto, não é necessário possuir uma elevada concentração de midi-chlorians para observar estas armadilhas, elas são tão claras como a concentração de Força no jovem Anakin Skywalker…

*****

Na “República da Trofa”, nunca houve grande consenso. Não porque tal não seja possível ou não vá de encontro ao interesse comum que alguns afirmam hipocritamente defender mas simplesmente porque tal não serve os interesses da maioria daqueles que dominam o debate político e cujos argumentos se limitam, regra geral, ao ataque ao “planeta” inimigo. Quem se interessa por temas de história ou política sabe bem que a máxima “dividir para reinar” está viva e apesar de não se recomendar e usada em abundância. É mais fácil vencer eleições atacando a vida pessoal dos oponentes e explorando os pontos fracos da sua governação do que simplesmente apresentar novos caminhos e ideias que sejam exequíveis e credíveis. Da mesma forma, a hipocrisia de atacar os adversários por situações que se toleram quando é o próprio partido a levá-las a cabo (um exemplo perfeito desta situação na Trofa são as críticas constantes de uma significativa parte dos políticos activos do PSD (e de algumas “espécies” de políticos jotas) à ausência de obra do actual executivo por alegada falta de financiamento resultante da política de austeridade em curso no país quando a maioria destas pessoas defende com unhas e dentes essa mesma política de austeridade imposta pelo actual governo PSD/CDS-PP, roçando simultaneamente o humor e a estupidez) e a ausência de valores éticos são bem visíveis pelas constantes promessas que apenas servem para iludir um eleitorado cada vez mais cansado de políticos sem coluna vertebral numa lógica de confrontação. O que se passou entre jotas (com um “graúdo” à mistura) no passado 1 de Maio foi apenas a materialização desta linha “ideológica” patética e vazia, onde a permanente desconfiança e a cultura do ataque personalizado leva a um jogo estúpido do gato e do rato, um espelho da ausência de verticalidade da uma grande parte dos jotas que fazem de conta que assistem às Assembleias Municipais do nosso concelho para se mostrarem interessadas quando na realidade optam por estar à porta (ou mesmo no interior da assembleia) a mandar bocas aos oradores ou a conversar sobre a festa do fim-de-semana passado.

Contudo, se existe local onde o consenso é alvo de chapadas, murros, roupa rasgada e sabres de luz, esse lugar são os blogues das estruturas trofenses da JSD e da JS. O planeta Kamino da blogosfera trofense. É aqui que, apesar do cinismo de algumas “narrativas” hipócritas sobre o respeito pela liberdade da opinião diferente, surgem os clones anónimos daqueles cobardes que não tem coragem de assumir as suas posições e ideais, optando pelo populismo e pelo boato. Uma pesquisa pelos dois blogues em questão mostrar-vos-á que nem 10% dos comentários estão atribuídos aos elementos das jotas mas que, constantemente, surgem aqueles que adoram tudo o que a jota diz, que foram vítimas de tudo aquilo que a jota denunciou, que concordam com todas as posições que a jota defende e que atacam todos os que discordam da jota, regra geral de forma baixa e insultuosa. Mas o mais impressionante é que muito raramente são elementos dessas mesmas jotas. São todos independentes! Alguns até votaram no partido da oposição no passado mas agora descobriram a verdade e perceberam que a Força estava do outro lado. Isto, claro, se quisermos acreditar nestas histórias, algo difícil caso a variável “racionalidade” seja equacionada.

Estes clones desprovidos de cérebro e racionalidade são a expressão da falta de cultura política daqueles que vivem para o poder e não para o serviço público. São a expressão da abordagem reles e desprezível daqueles que tentam destruir a oposição através do ataque pessoal e do boato fútil. São também altamente limitados na medida em que usam as mesmas expressões, as mesmas palavras contextualizadas da mesma forma e fogem ao debate quando a sua mediocridade é colocada em causa pelo mais simples argumento. Tal como os clones do filme de George Lucas não foram programados para pensar, servem apenas para andar à porrada, seja em que contexto for.

Mais curioso ainda é o facto destes “apartidários” não se encontrarem no Facebook. Quando aqueles que efectivamente promoviam o debate político se fartaram de tanta idiotice e se transferiram para a mais famosa rede social, os blogues foram ficando progressivamente às moscas. Talvez por isso tenha sido necessário aprimorar a estratégia. É que na sequência do “incidente” mal contado das jotas no passado dia 1 de Maio, os clones da blogosfera jota deram um salto evolucional para a rede social. De um momento para o outro dei por mim a ser acusado de ser a pessoa por trás de uma página chamada “Olhar a Trofa” por duas senhoras (Mónica Andrade e Beatriz Silva) que afinal não existiam. Essas senhoras falavam comigo como se me conhecessem e interagiam entre elas como se conhecessem uma à outra também apesar de não terem tido sequer tempo de serem “amigas” no Facebook. E ao bom velho estilo dos anónimos referidos, tentaram o ataque pessoal sem fundamento. Tentei falar com elas por mensagem mas nenhuma respondeu apesar de que uma delas me tinha enviado uma mensagem no dia anterior que dizia “Pelo menos um dos políticos com responsabilidades na Trofa tomou uma posição. Até pode ser só simbólica, mas é mais do que a presidente da câmara fez” e colou uma hiperligação para a “repreensão” do líder do PSD Sérgio Humberto aos acontecimentos de 1 de Maio.

Face ao “ataque” decidi procurar informação sobre as duas senhoras. Descobri que tinham adicionado as páginas das jotas e dos órgãos de comunicação social da Trofa no dia 1 de Maio, descobri que tinham quase os mesmos likes e que partilhavam as mesmas publicações ligadas à direita nacional. Descobri também que tinham ligações a pessoas do PSD Trofa. E quando senti que estava perto, descobri também que ambos os perfis já não estavam disponíveis. Podia-vos encher de outras coincidências mas para isso teria que escrever um episódio novo mas acho que já gastei tempo a mais com escumalha. Limito-me, portanto, ao óbvio: estes clones foram criados com o objectivo claro de provocar e retirar o foco daquilo que se passava. Acredito que a sua existência estaria programada para uma maior actividade mas o facto de terem sido excessivamente óbvios forçou os seus criadores a retirá-los da discussão. A fórmula do blog não funcionou na rede social e, tal como os clones dos blogs, atacaram de forma cobarde e desapareceram sem deixar rasto. Darth Sidious teria ficado orgulhoso! Ele, Estaline, Hitler e outros líderes da propaganda de orientação fascista que tentam fazer política da forma mais nojenta e desprezível possível. Por muito poder que venham a ter, serão sempre perseguidos pela consciência de serem pura e simplesmente escumalha. 

Depois de uma descida ao mais profundo do ridículo, o que leva alguém a cair neste sadomasoquismo óbvio e mal estruturado? Será que estes idiotas não percebem que já toda a gente percebeu o jogo deles? Admirável país onde tais criaturas ignóbeis e ingénuas são olhadas com admiração. Não se admirem se no futuro o império contra-atacar.

Episódio I – A Ameaça Fantasma (Parte I)

(texto originalmente publicado a 9 de Maio de 2013 no Facebook)

NOTA 1: Qualquer semelhança com o filme “A Ameaça Fantasma” de George Lucas será pura coincidência. Ainda que aqui, tal como no épico episódio I da saga Star Wars, existam lobos com pele de cordeiro que tentam passar por Senadores Palpatines quando na verdade não passam de Darth Sidious…

NOTA 2: Tudo o que aqui vou relatar tem como base, SEM EXCEPÇÃO, aquilo que ambas as jotas escreveram nos seus comunicados e relataram à comunicação social. Tudo o resto não passa de opiniões, derivadas das mesmas declarações, de um conspirador sem teoria com uma paixão infinita pelo mestre Lucas e pela vida política do seu concelho.

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Quem pensa que isto começou no dia 1 de Maio que se desengane. Uma visita rápida aos blogs das duas estruturas envolvidas neste “incidente” poderá ser altamente esclarecedora. O clima estava tenso já há algum tempo com trocas de acusações sobre supostos roubos de cartazes e panfletismo anónimo. Os sabres de luz estão constantemente em riste e a “narrativa” não foge muito do ataque pessoal. Parafraseando um “Cristiano Ronaldo” do hiphop da Trofa, já se sabia que, mais cedo ou mais tarde, “isto ia dar merda.

Porquê A Ameaça Fantasma? Porque apesar de não se estar aqui a discutir o futuro da galáxia, todos sabemos que, se a lógica que impera no nosso país se mantiver uma variável constante, alguns destes “jedis” (ou “siths” como preferirem) acabarão invariavelmente por ser autarcas na nossa terra. Ou gestores de alguma empresa pública. Ou deputados aos 25 anos. Ou, de uma forma mais sintética, vão mandar na nossa terra. E estamos a falar das mesmas pessoas que gerem blogs partidários que dão cobertura a fantasmas anónimos, que fazem aqueles ataques baixos que alguns deles gostavam de fazer publicamente mas que as suas ambições futuras não permitem. Como se isso não bastasse, o primeiro facto claro e objectivo deste “incidente” é que uma das partes está a mentir deliberadamente. Podemos nunca saber quem está efectivamente a mentir mas ficamos a saber com o que contamos.

Mas deixemos as assombrações de lado, e como diz o prestigiado Lauro Dérmio, “Let’s look at a treila”…

Acto I – O bloqueio espacial de Naboo

O filme A Ameaça Fantasma começa com o bloqueio espacial do planeta Naboo pela poderosa Federação do Comércio. Mas como no mundo real não existem jedis para salvar os oprimidos, a versão da JS fala-nos num bloqueio automóvel precedido do espancamento “premeditado” de Daniel Lourenço (doravante DL). E na verdade foi a JS que se pronunciou primeiro o que, por muito que queiramos, e dada a “resposta” da JSD, pode muito bem corresponder à verdade. Ou a parte dela.

Contudo, e se ouvirmos as declarações de DL à TrofaTV, o discurso é no mínimo confuso. Este afirma que se dirigia para casa de um amigo, depois parou para ir ao café, depois já ia ao café. Entendo que a pressão da comunicação social possa colocar algum nervosismo neste discurso mas ele é confuso e dá azo a que se levantem questões. Mas vamos assumir que é verdade. DL ia a casa do amigo e depois decidiu parar para ir ao café. E o que fez? Virou na fatídica rua sem saída antes da Trofauto e deu a volta no interior da mesma para deixar o carro estacionado de frente para a nacional. É legítimo. Mas se ia estacionar, então porque é que ficou bloqueado de frente? Se ia estacionar não havia bloqueio nenhum, a marcha estava parada e bloqueio era irrelevante. Saia e ia ao café. Ou será que ia estacionar na nacional? Mas se ia estacionar na nacional, porque raio foi fazer inversão naquela rua? Mais: será que às duas da manhã não havia um único lugar naquela zona da nacional onde existe uma fila de estacionamento do lado direito (sentido Trofa-Porto) e vários estacionamentos do lado esquerdo em frente ao café onde os jovens socialistas iam? É que eu farto-me de passar lá à noite e o que há mais lá são lugares! Mas ok, chega de “confusões”, vamos continuar com o bloqueio.

DL afirma também que Filipe Couto Reis (FCR), o suposto bloqueador (ou, na lógica Star Wars, o vice-rei Gunray), saiu do carro e dirigiu-se a ele afirmando que “não queria passar” (palavras de DL). Afinal quem é que estava a bloquear quem? Não sabemos, só sabemos que, segundo declarações dos jovens socialistas à TrofaTV, a porrada começou logo ali. Esperem! Afinal primeiro ainda houve  insultos com injúrias e só depois é que caiu molho. Sabres de luz. DL não reagiu, nem saiu do carro. Nem sequer o cinto de segurança tirou! Tudo isto sob socos e chapadas na cara. Depois chegaram cerca de 10 ou 15 pessoas, tudo membros da JSD. Nisto, Amadeu Dias (AD) sai do carro para pedir clemência aos agressores e FCR dá a volta ao carro e espeta com AD contra o mesmo. DL, o tal que nem o cinto de segurança tirou, conseguiu puxar o amigo para dentro do carro, qual Stretch Armstrong (tive um boneco destes quando era puto, os braços esticavam mesmo!!!). Não contente, FCR voltou para perto de DL que não teve tempo de fechar o vidro e, para aprender a fechar o vidro mais rápido, levou mais uns socos e umas chapadas. DL fechou o vidro e o agressor, juntamente com os 10 ou 15 jotas, evacuaram. Depois de tanta chapada e de tantos insultos com injúrias, a Federação do Comércio deixou os “Gungas” fugirem em liberdade.

Daqui para a frente, tanto na reportagem da TrofaTV como no comunicado da JS, a questão torna-se política. Inicia-se aqui um processo que, até prova em contrário, mais não aparenta ser do que o explorar de uma tentativa de vitimização. DL afirma categoricamente que FCR lhe terá dito que os iria “apanhar um a um” e que eram eles agora “e que a seguir era o Marco Ferreira (MF) e o Nuno Moreira”. DL afirma ainda que outra colega de FCR “sabia onde estava o carro do Marco e que lhe ia lá furar os pneus” (onde é que eu já vi isto?). Neste momento da reportagem (minuto 3:14) entra uma fala de MF numa frequência diferente daquela que transmitia a reportagem e que diz “estamos a lidar com gente que inventa, que mente e que coloca em causa o bom nome de muita gente”. Terá sido um erro de edição ou uma espécie de mensagem subliminar? Se calhar foi a Força a falar. Ou os midi-chlorians. Não sabemos. DL limita-se a concluir sugerindo que se terá tratado de um ataque premeditado à JS. A Federação não brinca em serviço.

Mais à frente, DL volta novamente a falar no final do vídeo para dizer que não tocou na placa da JSD nem mordeu FCR. A justificação é simples: é mentira, teve uma assembleia, esteve com uns amigos e não é timbre dele tirar o que quer que seja de ninguém. E remata afirmando que respeita muito a democracia (isto vindo de alguém que já censurou comentários no seu facebook sobre futebol porque não sabe lidar com opiniões diferentes é uma comédia). Acho que é uma excelente justificação, extremamente coerente: “não fiz porque é mentira”. Apenas uma nota final sobre esta reportagem: DL afirma que FCR o agrediu “primeiramente”. Se, como nos diz DL, FCR o agrediu “primeiramente” quem terá agredido “segundamente”? Não faz sentido, DL disse que se limitou a apanhar.

A reportagem da TrofaTV não termina sem que MF, líder da JS, nos brinde com um discurso claramente político em que afirma que o PSD é liderado por “gente selvagem” (aparentemente, para o líder da JS, FCR representaria a totalidade dos líderes concelhios do PSD), “gente sem respeito” (isto dito por alguém que ofereceu uma garrafa de vinho a um político trofense que supostamente apreciava fervorosamente o néctar da uva também é bastante engraçado) e, entre outras coisas, temos um momento quase lírico em que MF afirma que “há um momento em que o homem político se separa do homem pessoa, do homem coração, do homem emoção. E eu não consigo ser político” – se MF não conseguiu disfarçou mesmo muito bem, quem como eu ouviu este discurso ia jurar que ele estava a ser precisamente o homem político. Pelo menos é essa a impressão que me ficou. Mas isso sou eu que ando aqui armado em George Lucas. A reportagem regressa a DL para o mostrar sorridente numa troca de galhardetes no final da última Assembleia Municipal. Sempre sereno.

Dois dias depois sai a peça do Correio da Trofa que não acrescentou muito ao que tinha já sido dito no discurso de DL. Ficamos apenas a saber que Daniel Lourenço afinal tinha passado pela sede da JSD num percurso curioso: os jovens da JS vinham da sua sede e, em vez de descerem a rua da mesma, que os coloca imediatamente na rotunda do Catulo, optaram por fazer o dobro do percurso para irem sair na mesma à rotunda do Catulo pela rua onde se situa a sede da JSD. O que torna este “detalhe” mais estranho ainda é o facto de que a rua da sede da JS é uma rua de sentido único onde não faltam lugares para estacionar pelo que fica a dúvida: andaram em contramão ou estacionaram o carro cá atrás no Largo Dom Afonso Henriques quando a rua da sua sede é repleta de lugares de estacionamento? Fica a dúvida…

Uma última nota para o comunicado da JS. Segundo o mesmo, DL e AD terão sido “perseguidos e cercados por cerca de uma dezena” de militantes do PSD e da JSD. Mas o que DL afirma é que foi bloqueado por FCR e que os outros chegaram depois. Estaremos a “mangar com a tropa”? Ou apenas a acrescentar drama à história? É que o tom da “vitimazinha” com sotaque politico continua com MF (autor do comunicado) a afirmar categoricamente que “o intuito foi notoriamente de assustar os jovens elementos da JS em período de pré-campanha autárquica”. Foi? E porque não poderá ter sido um momento de estupidez espontânea apenas? Ou um momento de “apanhei-te no sítio certo à hora certa”? Talvez porque nenhuma das duas hipóteses anteriores serviria os interesses dessa mesma pré-campanha autárquica. Jedi mind tricks…

De qualquer forma, parece que houve um morador da zona que presenciou tudo. Pelo menos é isso que o comunicado da JS diz. Vamos esperar para ver. Talvez seja uma manobra de diversão. Ou quem sabe encontraram o Anakin Skywalker à janela!

Que a Força esteja convosco!

A Guerra dos Jotas – o prefácio possível

star wars(texto originalmente publicado a 7 de Maio de 2013 no Facebook)

“Citizens of the democratic societies should undertake a course of intellectual self-defense to protect themselves from manipulation and control, and to lay the basis for meaningful democracy.” 

(Noam Chomsky, Necessary Illusions)

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Fui buscar inspiração ao George Lucas. Afinal de contas, o “incidente” da madrugada do Dia do Trabalhador (alta ironia) pareceu mesmo um filme, não só por todo o caricato episódio mas principalmente por toda uma encenação que se seguiu. Na minha pequena análise em modo de trilogia cinematográfica que amanhã inicia, não pretendo atirar mais achas para a fogueira. Afinal de contas, basta olharem à volta para perceberem que não é preciso: os Trofenses, independentemente das suas idades ou opções políticas estão revoltados com o que se passou e fizeram ouvir a sua voz. Os próprios partidos aos quais estas jotas pertencem bem como os seus candidatos às próximas autárquicas devem ter ficado de cabeça perdida com esta façanha deplorável. Se houve alguém que acendeu a fogueira, acho que sabemos todos muito bem quem são os incendiários desta história.

Não dá para queimar algo que já ardeu. Mas podemos tentar perceber quem foram os pirómanos. Na minha opinião, entendo que nenhuma das partes nos forneceu todos os elementos da mesma forma que existem alguns detalhes que podem ter passado despercebidos a todos aqueles que debateram este tema apenas pelo prisma da acção em si. Contudo existem dois comunicados e duas peças da comunicação social local que nos podem providenciar algumas pistas sobre alguma informação em falta.

Não se trata de uma “caça às bruxas”. Isso deixo para anónimos-ovelha que habitam os blogs da JS e da JSD e que fazem o trabalho sujo pelo qual os cobardes do costume não têm coragem de dar a cara. Ou para os palhaços que andam a destruir carros e a criar contas falsas no Facebook para atacar quem os “incomoda” porque, tal como os seus desprezíveis criadores, são demasiadamente cobardes e ignorantes para dar a cara pelo que pensam. Tudo escumalha, reles, nojenta e medíocre. É que eu tenciono viver nesta terra toda a minha vida e alguns destes senhores acabarão, invariavelmente, por “mandar” no nosso concelho. E é bom que eles saibam que com este comportamento, não terão a vida facilitada que alguns dos seus antecessores tiveram para brincar com os Trofenses. Parafraseando José Luís Peixoto “…a minha força de vontade é enorme. Tenho 28 anos (no caso dele eram 38 mas tive que adaptar), conto estar por cá durante bastante tempo. Tenho ainda muito para fazer. Habituem-se. Não tenho medo.”

Um especial obrigado a todos aqueles que se revoltam de forma objectiva contra este tipo de comportamentos e que fizeram ouvir a sua voz nos últimos dias. Esta consciência colectiva sem medo do poder instalado fortalece-nos! A noção que vai germinando, um pouco por todo o lado, de que o cidadão comum pode e deve ter uma palavra a dizer na política e nos assuntos da sua sociedade deixou de ser uma “teimosia” para se tornar numa realidade cada vez mais presente nessa “arma” que são as redes sociais. Agora mais do que nunca, os políticos começam a perceber objectivamente que são eles quem nos deve temer e não o contrário. Podemos não conseguir mudar grande coisa durante o nosso tempo de vida mas temos a obrigação de pelo menos tentar criar bases para que os nossos filhos possam um dia viver num país melhor, mais responsável, onde a transparência, o respeito e a dignidade humana se sobreponham à opacidade, ao clientelismo e à lei do mais forte. E para isso não nos podemos limitar a assistir, impávidos. É fundamental desmontar os esquemas que perpetuam a imagem imaculada daqueles que são mais vezes o foco do problema do que o foco da solução. Não tenham medo. Nós somos os 99%.

Sobre os eventos da noite de 1 de Maio

(texto originalmente publicado a 3 de Maio de 2013 no Facebook)

Na noite de Terça, 30 de Abril, para Quarta, 1 de Maio, segundo os relatos públicos das estruturas e de alguns envolvidos, militantes da JSD, da JS e do PSD ter-se-ão envolvido em cenas de violência gratuita e aparentemente premeditada. Premeditada porque existem dois relatos oficiais completamente antagónicos, que praticamente se anulam, um da JS e outro da JSD. Assumindo que alguma das partes está a contar aquilo que efectivamente aconteceu a outra tem obrigatoriamente que estar a mentir o que é ilustrativo do carácter dos envolvidos.

Quem abrir a página do Jornal de Notícias na web poderá encontrar, como não me recordo de alguma vez ter acontecido desde que leio jornais, uma notícia sobre a Trofa em grande destaque. Diz assim: ”Jotas da Trofa à pancada por causa de uma guerra de cartazes. É algo que dignifica e admira-me que as nossas jotas trofenses, que tanto gostam de dar ênfase aos momentos em que somos humilhados na comunicação social, estejam tão caladinhas. Não há ninguém para partilhar a notícia com o título “A Trofa na comunicação social pelos piores motivos. Outra vez.”? A sério? Claro que não, isso seria ser coerente e a coerência, como tem vindo a ser provado quase numa base diária, é algo que não assiste à esmagadora maioria dos jotas da Trofa. Mas se o objectivo de alguma das partes envolvidas era projecção mediática, essa parte está de parabéns, fez um óptimo trabalho!

Não sabemos o que se passou. Nunca o iremos saber. As únicas pessoas que sabem precisamente o que ali aconteceu foram as que presenciaram este belo momento de combate ideológico. E dessas já sabemos que pelo menos “metade” está a mentir. E como sabemos que as diferentes partes apresentam versões incompatíveis, teremos dificuldade em perceber quem mente. Mas podemos colocar perguntas face ao que foi comunicado oficialmente pelas duas estruturas jovens. Porque existem ali “factos” no mínimo estranhos. Não que duvide particularmente de qualquer um mas o certo é que se encontram ali incongruências e argumentos tão mal concebidos que fico perplexo como é que no meio de tanta gente e perante um cenário de absoluta vergonha para a nossa terra, provavelmente uma das maiores vergonhas e humilhações que existe registo, esta gente não se deu ao trabalho sequer de aprimorar a sua estratégia. Apesar da gravidade da situação nem os comunicados conseguiram ser sérios, tratando-se de documentos políticos e tácticos com impacto (esperam eles) nas próximas autárquicas. Mas como estas coisas são sempre mal geridas, já temos inúmeros jotas a inundar o facebook com enterros épicos que demonstram bem que a estratégia da chefia não chegou em boas condições aos “peões” da linha da frente.

Eu gostava de ver alguns jotas que gostam tanto de encher o peito para apontar o dedo aqueles que no exercício dos seus direitos constitucionalmente consagrados se sentem no direito legítimo de discutir os temas que os afectam. Que apontam o dedo porque, aparentemente, pessoas como eu só tem o direito de debater esses mesmos temas se “fizermos alguma coisa” porque, segundo o argumento ridículo, patético e ilustrativo da forma como alguma canalha entende ser a elite dona dos assuntos políticos da sua terra, pessoas comuns devem fazer trabalho comparável a estruturas organizadas com centenas de elementos, caso contrário perdem o direito de falar. Eu gostava de relembrar a essas pessoas que prefiro essa condição (e acredito que como eu muitos), ainda que a mesma não passe de mais um argumento infantil e medíocre, do que andar constantemente em guerras cobardes em blogs, a gastar tempo e dinheiro para atacar a oposição pelo lado da vida pessoal como se fossem (que às vezes parecem) revistas cor-de-rosa de baixo nível, a fazer figuras patéticas baseadas nos habituais sistemas de dois pesos e duas medidas. E agora isto. Vocês são realmente um exemplo para a nossa sociedade. Ainda por cima com adultos envolvidos com responsabilidades politicas no concelho. Obrigado JS e JSD. Tantos anos depois, a Trofa precisava mesmo de voltar a aparecer nos media para ser humilhada. Sim, humilhada! E é tudo graças aos nossos grandes jotas! Agora sim, estamos em todos os jornais pelos piores motivos. A Trofa agradece a elevação e não se esquecerá quando começar a propaganda eleitoral.

Por muitas vezes fui acusado de atacar a JS e a JSD sem argumentos, atacar por atacar. Apesar de serem apenas acusações de circunstância, de cobardes que tentam denegrir a participação de quem pensa diferente deles sem apresentar uma situação específica ou um argumento  objectivo, são acusações recorrentes. Contudo, o tempo vai dando razão a todos aqueles que, tal como eu, entendem que as jotas fazem mais vezes parte do problema do que da solução apesar de disporem, sem paralelo, de condições, ferramentas e influência para fazer bem melhor do que este espectáculo degradante que agora assistimos. Assusta-me que exista gente assim no futuro do meu concelho que não se inibe de envergonhar a terra pela qual dizem lutar, que não se inibe de agredir terceiros, colocando a sua justiça popular à frente da lei, e que ainda por cima mente descaradamente.

Acho que estamos falados sobre o facto do partido estar SEMPRE à frente do interesses da Trofa. E isto não fica por aqui…

O fim da história e a última aldrabice

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Chegou ao fim um dos casos mais vergonhosos de natureza político-partidária de que há registo no nosso concelho. Tal como inicialmente previsto por todos os que acompanharam esta história, a verdade veio ao de cima e demonstrou-nos qual o lado que, desde o início, mentiu, arquitectou a mentira e a emboscada e tentou instrumentalizar os trofenses de forma a fazer com que o seu reles estratagema pudesse passar por entre os pingos da chuva. Pena para eles que nos tenham tomado a todos por idiotas e não se tenham dedicado um pouco mais a aprimorar a sua mentira patética e absurda. Como é que as pessoas inteligentes que integram aquela estrutura não tiveram o bom senso de pelo menos tentar tornar aquela história minimamente realista? A facilidade com que o político mente para defender o indefensável é algo que me ultrapassa.

Os próximos dias deste blogue serão dedicados à desconstrução final desta mentira. Para isso, vou puxar a história atrás até Maio de 2013, altura em que, quando confrontado com a mentira pela primeira vez, imediatamente percebi que se tratava efectivamente de uma mentira, ainda por cima fraquinha, que optei por satirizar. Assim, irei republicar alguns textos que escrevi na altura, textos que lidos hoje, à luz dos desenvolvimentos finais desta vergonhosa encenação, nos poderão dar uma ideia sobre até onde algumas pessoas estão dispostas a ir para triunfar na política. Um ano e meio depois de todo este ridículo, existem explicações que ficaram por dar e pessoas que, hoje em funções em cargos públicos, demonstram não ter afinal a verticalidade e a dignidade necessárias para servir a causa pública. Porque uma pessoa que arquitecta uma mentira deste calibre não merece representar os trofenses. Eu não posso falar por todos, mas aposto que a maioria dos meus conterrâneos se sentiria enojada por saber que são representados por alguém que participar na arquitectação uma espera, participa em agressões e a seguir mente descaradamente e de forma verdadeiramente patética para se tentar safar. Felizmente desta vez correu mal. E alguém terá que pagar por aquilo que fez.

Assim, nos próximos dias, serão republicados os ditos textos, originalmente partilhados no Facebook, a que se seguirá um artigo que, da minha parte, fechará este tema de uma vez por todas. Alguns dirão que o assunto está batido e esmiuçado mas eu, que sou um daqueles gajos que gosta de “dizer mal”, não vou deixar que ele morra sem antes colocar alguns pontos nos i’s de forma que a vergonha que presenciamos não caia no esquecimento e sirva de lição para quem tiver a humildade de a aceitar. Serão dias de ironia, sarcasmo, humor mas também dias de reflexão sobre o que esperamos das pessoas que se propõem a governar o nosso concelho no futuro e sobre aquilo que deveria ser a sua conduta. Espero que seja do vosso agrado e, acima de tudo, espero que vos faça pensar de forma crítica sobre um tema que é mais relevante do que à primeira vista poderá parecer. O futuro constrói-se hoje.

Peculiaridades sobre o dia da Independência

João CDS

(foto: Facebook JS Trofa)

O Dia da Independência, como eu gosto de chamar ao nosso 19 de Novembro, é sempre um dia marcado por peculiaridades político partidárias. No ano passado, o executivo trouxe cá o pai da Trofa versão PSD, Luís Marques Mendes, porta-voz não oficial do governo na SIC e sócio de empresas suspeitas de esquemas variados, protegido pelo mesmo sistema que protege todos os poderosos deste país: a impunidade.

Sempre achei piada ao mito do pai da Trofa, uma fábula social-democrata que não passa disso mesmo: uma fábula. Um concelho que teve na sua génese, não só os anseios de uma população corajosa como um grupo de bravos que se fez comissão instaladora e que estruturou esses anseios, não precisa de um antigo líder parlamentar que mais não fez que executar uma estratégia que servia o seu partido e não a Trofa para pai. Não me farto de repetir isto: se a câmara de Santo Tirso fosse PSD, o PSD de Marques Mendes NUNCA teria apoiado a criação do concelho da Trofa pois isso enfraquecia a sua posição. Isto não invalida que toda a qualquer ovelhita queira comer todo e qualquer pasto. São opções e o que mais por aqui há são pessoas que se transformam em moluscos quando se colocam no papel ridículo de defender o indefensável. Não admira que, no dia 19 de Novembro, alguns desses seres vivos tenham espalhado sincronizadamente um vídeo da TrofaTV onde podemos ver a votação da proposta de criação do concelho no Parlamento. Nem no dia do aniversário do concelho têm a decência de deixar a propaganda contra o PS de lado.

Este ano, em vez de uma patetice mitológica, o executivo camarário esteve perto de levar a cabo uma grave ofensa às muitas pessoas que, não sendo do nosso concelho, lutaram por ele. E tal só não foi avante porque os vereadores socialistas chumbaram a proposta. Pretendia então o executivo camarário agraciar o secretário de Estado centrista João Almeida com o título de cidadão honorário trofense. Trata-se de um actor político que nunca, repito, nunca fez nada pelo nosso concelho que seja digno de tal distinção. Pela coligação até fez na medida em que veio cá dar dois dedos de propaganda eleitoral na recente campanha autárquica mas é importante não esquecer que a coligação não é nem representa todo o concelho pelo que se pretendem agradecer por algum favor específico, que o façam com alguma espécie de militância honorária do PSD Trofa, já que do CDS-PP ele já é. Assim fica tudo entre amigos e a Trofa enquanto concelho não tem que fazer agradecimentos formais em nome dos partidos no poder. Se querem cidadãos honorários, talvez devam escolher alguém que tenha feito alguma coisa pelo nosso concelho e não pelos seus partidos.

A ver vamos como isto evolui no próximo ano. Depois do “pai” Marques Mendes e do cidadão honorário João Almeida, temo que no próximo ano estejamos a condecorar Passos Coelho por boas práticas de lobbying. Será que ele já abriu alguma porta na Trofa? Portas não sei, mas a nível de variantes não está fácil… De qualquer forma, e pegando nos dois exemplos anteriores, parece que o critério se resume mesmo a não fazer rigorosamente nada pelo concelho pelo que em princípio deve haver enquadramento.

Eu não quero ser representado por um aldrabão. Você quer?

respeito

Em semana de esclarecimentos no E a Trofa é Minha, vou aproveitar a deixa para fazer um que me parece bastante pertinente, não só porque decorre de diferentes chamadas de atenção da parte de pessoas pelas quais tenho elevada consideração e junto das quais procuro, sempre que necessário, aconselhar-me, mas porque as questões destas pessoas podem ser as questões de muitos dos leitores deste blogue, nomeadamente aqueles que têm acompanhado as publicações referentes ao tema em questão. Perante a possibilidade de poder ser mal interpretado no que a este tema diz respeito, vou clarificar da melhor maneira possível.

Se pessoas da JSD Trofa, da JS Trofa, do café da esquina ou do grupo de catequese querem andar ao soco e ao pontapé para resolver problemas que não conseguem resolver de forma civilizada, o problema é deles. Não me parece ser a melhor maneira de resolver esses mesmos problemas, não me parece sequer que resolva o que quer que seja, mas é uma opção da qual dispõem, independentemente dos juízos de valor que possamos fazer. Afinal de contas, antes de pertencerem a estas ou outras organizações, é de pessoas que estamos a falar. E o livre-arbítrio, bem como a responsabilização legal pelas nossas acções são pedras basilares da democracia. Querem andar ao soco para ver que é o maior? Façam o favor! Vão arcar com consequências fruto desses comportamentos? Com certeza. Deal with it!

Acontece que, no caso da porrada entre os jotas, existe um “detalhe” que muda completamente este cenário. É que os envolvidos tornaram este caso público através das estruturas que integram, emitindo comunicados nos seus blogues e páginas de Facebook em nome dessas mesmas estruturas e não a título individual, fazendo deste caso um caso de âmbito político-partidário, sendo que a JSD Trofa relacionou mesmo o episódio com o desaparecimento dos seus cartazes de campanha relativos aos buracos nas estradas do concelho. Ora quando um tema destes sai da esfera pessoal para ser integrado na dimensão partidária, o tema passa a dizer respeito a todos os trofenses, por se tratar de partidos com responsabilidades governativas no concelho em quem a maioria dos trofenses votaram. É bom não esquecer que quase todos os envolvidos, apesar de militarem nas jotas e não nos “seniores” dos partidos, desempenham funções na Assembleia Municipal, Assembleia de Freguesia e nas estruturas de partidos financiados directamente pelos nossos impostos. Se se lembram de andar à porrada no meio da rua e depois emitem declarações contraditórias com objectivos eleitoralistas que implicam obrigatoriamente que uma parte esteja a mentir, então existem ilações e consequências a tirar deste caso. Eu não quero ser representado por alguém que participa na instigação da violência física em praça pública e que depois mente com todos os dentes que têm na boca para manter aparências. E duvido que Trofense algum queira. São comportamentos que podem e devem ser denunciados.

Mas isto não fica por aqui. O poder das jotas é tal que os seus líderes têm assento permanente no Conselho Municipal da Juventude (CMJ), independentemente de serem arruaceiros ou pessoas que mentem por imperativos de propaganda política. Um óptimo exemplo para os nossos jovens. Nessa qualidade (de lideres da jota, não de arruaceiros ou aldrabões pois, como sabemos, e apesar de não sabermos ainda qual, há um que está a mentir descaradamente), dois dos envolvidos no incidente, Sofia Matos e Amadeu Dias, têm assento permanente do CMJ. Quer isto dizer que existe uma pessoa que ajudou a arquitectar uma espera ou uma perseguição, que participou activamente na invenção de uma mentira grave para justificar os seus comportamentos e que tem a distinta cara-de-pau para se continuar a fazer de vítima apesar da sua desonestidade gritante neste caso que integra um órgão público que representa os interesses dos jovens deste concelho. E isto não é admissível numa sociedade civilizada.

Se a historia se repetir como habitualmente faz, daqui por uns 15 ou 19 anos um destes dois jovens, talvez os dois, estarão frente a frente a discutir a presidência da Câmara Municipal da Trofa. Se o aldrabão deste caso for eleito, tal não augura grandes perspectivas de futuro. Uma pessoa que é capaz de participar numa mentira desta envergadura pode ser capaz de muito pior. Pode ser capaz de não olhar a meios para atingir fins. Para além de que é um espelho do que de pior se faz na política nacional: instigar a confusão, mentir, manipular e fazer papel de vítima. Eu luto contra isto, agora e sempre, porque estou farto de políticos sem espinha dorsal, farto de mentiras, farto de manipuladores com pele de cordeiro que nos engraxam com hipocrisia quando estão em campanha mas que estão dispostos a tudo para se manterem ou obterem o poder. Essas pessoas representam o retrocesso, representam o estado deste país permanentemente a bater no fundo com uma classe política corrupta, desonesta e incompetente. Não sabemos quem está a mentir, mas espero que, no dia em que soubermos, se algum dia viermos a saber, que exista a coragem e a determinação para tomar as medidas necessárias sem panos quentes. É preciso respeitar os Trofenses e, no capítulo do respeito, não existe meio termo. Pessoas assim não são dignas de exercer funções em cargos públicos. Pelo menos em democracias.

Sobre porrada e outros comportamentos desviantes

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Termina amanhã aquele que será com certeza o episódio mais caricato de sempre da comunidade jota da Trofa. Pelas 09h, no tribunal de Santo Tirso, começa o julgamento do caso mal explicado de agressões mútuas e alguma manipulação que envolveu elementos da JS, da JSD e do PSD da Trofa. Um caso que, não fosse a questão da violência em si suficientemente vergonhosa, ainda envolveu uma série de mentiras como forma de tentar justificar o injustificável, situação essa que teve o seu ponto alto na contradição evidente entre as explicações de intervenientes do mesmo lado da barricada que prestaram declarações contraditórias que se anulavam mutuamente.

O caso remonta ao dia 1 de Maio de 2013 quando elementos das estruturas citadas se “encontraram” – na versão da JS os jovens socialistas terão sido “entalados” junto à Trofauto, já na versão da JSD tudo se resume a um relato com partes que não encaixam, ficção científica, suspense e algum humor à mistura – e se envolveram em cenas impróprias para pessoas ordeiras. Quase um ano e meio depois, as lideranças dos partidos aos quais estas estruturas pertencem colocaram praticamente todos os envolvidos em lugares de destaque na cena política local, sendo que alguns dos envolvidos ocupam agora posições na Assembleia Municipal, em Assembleias de Freguesia ou na liderança das estruturas que integram. É interessante perceber como este tipo de comportamentos, ao invés de punidos, acabam por ser de certa forma branqueados, exceptuando um “puxão de orelhas” do qual me penso recordar da parte do nosso presidente, mas do qual não consigo encontra uma fonte que o comprove. Uma liderança que leva a sério os seus valores não deve permitir que quem se envolve em cenas deste género e que de seguida mente descaradamente para tentar limpar a sua imagem seja elegível para lugares de representação da população alvo dessas mentiras. É uma falta de respeito a todos os trofenses. É algo que as próprias estruturas deveriam ter tentado perceber, se necessário em conjunto, de forma a tirar a limpo esta situação. As versões não encaixam, alguém está a mentir, o que significa que alguém está a pagar por algo que não fez. Injustamente.

Tudo isto me remete para a realidade do nosso país. Um país que elegeu um primeiro-ministro que mentiu com todos os dentes que tinha na boca para chegar ao poder para substituir um primeiro-ministro que mentiu com todos os dentes que tinha na boca enquanto lá esteve. E, ironia das ironias, a maioria dos envolvidos neste caso ridículo são os mesmos que se remetem ao silêncio quando o seu líder mente mas que se revoltam impiedosamente quando mente o do partido ao lado. Como podemos confiar os destinos do nosso concelho a pessoas que enveredam por este tipo de comportamentos?